A mega-instalação do artista Christo no Lago d’Iseo
Ele já embrulhou edifícios como o Reichstag em Berlim e instalou milhares de portões no Central Park de Nova Iorque. Agora, o artista Christo criou uma passarela no Lago Iseo, em Itália, que permite a experiência de andar sobre a água. A instalação inaugurada sábado e a experiência – à qual já se chama, com o trocadilho devido ao nome do artista, “o milagre de Christo” – é gratuita para os visitantes.
Aos 81 anos, Christo já não conta com a sua companheira de vida e de produção artística, Jeanne-Claude, que morreu em 2009 e que com ele produziu algumas das suas obras mais conhecidas; de resto, o artista já não apresentava um trabalho de arte pública há uma década. Mas desde Novembro trabalha nesta nova obra, “The Floating Piers”, instalada no local por uma equipa de atletas que se dedicaram a juntar os 220 mil cubos flutuantes de polietileno que perfazem três quilômetros de passarelas com largura média de 16 metros. A ideia, diz o artista, foi criada na década de 1970 com Jeanne-Claude e tinha como destino outros países (Argentina ou Japão), mas só agora se concretizou, na Itália.
Foram meses de trabalho para uma obra de curta duração – os visitantes têm 16 dias, até 3 de Julho, para “caminhar sobre a água”, como disse o artista em referência aos habitantes da ilha de Monte Isolo, que não é servida por pontes. As peças sobre as quais se caminha estão afundadas numa profundidade de 35 centímetros e o diário francês Le Figaro descreve a experiência de caminhar sobre elas é como a de andar numa ponte móvel.
The Floating Piers liga as margens de duas ilhas lombardas, a habitada Monte Isola e a diminuta San Paolo, com o continente italiano. Os cubos estão cobertos por cerca de 90 metros de um tecido amarelo de nylon fotossensível, que também é influenciado pela humidade e pode assumir tons dourados ou vermelhos. O tecido estende-se a algumas vias ligadas ao projeto em terra.
“É um projeto muito físico, não é uma pintura, uma escultura. É preciso andar sobre ela para a compreender, viver as sensações com chuva, sol, vento…”, diz Christo, nascido na Bulgária e naturalizado norte-americano, citado também pelo Le Figaro.
Aos 81 anos, Christo já não conta com a sua companheira de vida e de produção artística, Jeanne-Claude, que morreu em 2009 e que com ele produziu algumas das suas obras mais conhecidas; de resto, o artista já não apresentava um trabalho de arte pública há uma década. Mas desde Novembro trabalha nesta nova obra, “The Floating Piers”, instalada no local por uma equipa de atletas que se dedicaram a juntar os 220 mil cubos flutuantes de polietileno que perfazem três quilômetros de passarelas com largura média de 16 metros. A ideia, diz o artista, foi criada na década de 1970 com Jeanne-Claude e tinha como destino outros países (Argentina ou Japão), mas só agora se concretizou, na Itália.
Foram meses de trabalho para uma obra de curta duração – os visitantes têm 16 dias, até 3 de Julho, para “caminhar sobre a água”, como disse o artista em referência aos habitantes da ilha de Monte Isolo, que não é servida por pontes. As peças sobre as quais se caminha estão afundadas numa profundidade de 35 centímetros e o diário francês Le Figaro descreve a experiência de caminhar sobre elas é como a de andar numa ponte móvel.
The Floating Piers liga as margens de duas ilhas lombardas, a habitada Monte Isola e a diminuta San Paolo, com o continente italiano. Os cubos estão cobertos por cerca de 90 metros de um tecido amarelo de nylon fotossensível, que também é influenciado pela humidade e pode assumir tons dourados ou vermelhos. O tecido estende-se a algumas vias ligadas ao projeto em terra.
“É um projeto muito físico, não é uma pintura, uma escultura. É preciso andar sobre ela para a compreender, viver as sensações com chuva, sol, vento…”, diz Christo, nascido na Bulgária e naturalizado norte-americano, citado também pelo Le Figaro.
De acordo com a imprensa internacional, espera-se que centenas de milhares de pessoas – entre o meio milhão e as 800 mil – passem pela obra nestas duas semanas. Como assinala o Guardian, são números distantes dos cinco e dois milhões que visitaram as duas obras de arte pública do casal de artistas na capital alemã e na cidade norte-americana, respectivamente, mas também ajustados à localização pouco conhecida de The Floating Piers.
Vinte mil pessoas podem estar em simultâneo sobre a peça, que só poderá ser visitada com condições meteorológicas que garantam segurança. Os custos desta obra de arte e de engenharia, que obriga a cuidados na sua travessia e à presença de mais de uma centena de voluntários, vigilantes e salva-vidas, foram pagas pelo artista e rondam os 15 milhões de euros. Segundo a Deutsche Welle, provêm em parte das receitas de vendas de esboços e fotografias de Christo, que pretende manter-se distante de patrocínios, mas o Figaro acrescenta que houve também recolha de fundos junto de mecenas.
A presidente da câmara de Sulzano, a localidade de onde partem os Floating Piers, considera que este é “o milagre de Christo”. Também Germano Celant, crítico de arte italiano e diretor do projeto, une a sua voz à da autarca Fiorella Turla nessa descrição. Turla, contudo, terá uma visão alargada sobre os benefícios da instalação para a região, onde os hotéis já subiram os preços para as estadias no período em que a obra estará aberta.
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Fonte: mapadasartes.com.br
Texto de Joana Amaral Cardoso publicado originalmente no jornal O Público | 17/06/16
Vinte mil pessoas podem estar em simultâneo sobre a peça, que só poderá ser visitada com condições meteorológicas que garantam segurança. Os custos desta obra de arte e de engenharia, que obriga a cuidados na sua travessia e à presença de mais de uma centena de voluntários, vigilantes e salva-vidas, foram pagas pelo artista e rondam os 15 milhões de euros. Segundo a Deutsche Welle, provêm em parte das receitas de vendas de esboços e fotografias de Christo, que pretende manter-se distante de patrocínios, mas o Figaro acrescenta que houve também recolha de fundos junto de mecenas.
A presidente da câmara de Sulzano, a localidade de onde partem os Floating Piers, considera que este é “o milagre de Christo”. Também Germano Celant, crítico de arte italiano e diretor do projeto, une a sua voz à da autarca Fiorella Turla nessa descrição. Turla, contudo, terá uma visão alargada sobre os benefícios da instalação para a região, onde os hotéis já subiram os preços para as estadias no período em que a obra estará aberta.
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Fonte: mapadasartes.com.br
Texto de Joana Amaral Cardoso publicado originalmente no jornal O Público | 17/06/16